Peter, uma das onças do Zoológico de Brasília que ganhou visibilidade após ser filmada escalando a parede do fosso onde vive, no fim de dezembro de 2023, voltou a chamar a atenção nas redes sociais após ser flagrada no topo de um tronco observando a movimentação do local.
Nas novas imagens, registradas na sexta-feira (26/1), a onça-pintada, de apenas 2 anos, admira os visitantes por um tempo e depois desce sem nenhuma dificuldade.
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Peter vive no recinto do Zoo ao lado do irmão, George. Os filhotes foram resgatados órfãos, deixados desamparados em meio às queimadas que atingiram o Mato Grosso, em 2021. Assim como os demais animais do local, as onças não têm condições de retornar à natureza.
Segundo Leandro de Souza Drigo, médico veterinário e diretor de serviços mamíferos, o comportamento das onças é o mesmo que o de outros animais da espécie que vivem na natureza. “Eles escalam muito bem, nadam muito bem e estão fazendo isso no recinto. São dois animais jovens, saudáveis, curiosos e que têm demostrado esse comportamento aqui”, declarou.
Apesar de inusitado, o especialista garante aos visitantes que não há riscos. “O zoológico sempre pensa na segurança de seus visitantes. [Recentemente,] implementamos novas medidas de segurança, mas também pedimos aos visitantes que quando estiverem aqui para observar os animais, falem um pouco mais baixo, quando estiverem próximos ao recinto, evitem chamar atenção [dos bichos] batendo objetos metálicos nas cercas, pois esse tipo de comportamento gera estresse”, pontuou.
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Conforme explicou a Fundação Jardim Zoológico de Brasília, subir em troncos faz parte do repertório natural de comportamentos selvagens das onças.
“Nosso compromisso com o bem-estar animal se reflete na criação de ambientes enriquecidos e naturalistas, onde os recintos são estrategicamente ambientados com tocas, areia, pedras e troncos de árvores para proporcionar estímulo e oportunidades de expressão de seus comportamentos naturais, como escalar, se esconder e se desenvolver”, disse a pasta.
Recentemente, o recinto das onças-pintadas passou por um processo de revitalização, incluindo medidas adicionais de segurança para garantir a tranquilidade dos visitantes. “Reforçamos que não há risco para os visitantes, e todas as precauções necessárias foram tomadas para proporcionar um ambiente seguro e confortável para ambos os animais e o público”, declarou a equipe do Zoo.
“Ressaltamos a importância de os visitantes contribuírem para a tranquilidade das onças-pintadas, evitando gritos e chamados que possam causar estresse aos animais. O bem-estar das onças é de extrema importância, e pedimos a colaboração de todos para manter um ambiente calmo e propício para o seu desenvolvimento saudável. Estamos comprometidos em promover a educação ambiental e a conservação da vida selvagem, proporcionando experiências enriquecedoras e seguras para nossos visitantes”, finalizou.
As onças
Em outubro de 2021, o Zoo de Brasília recebeu dois visitantes especiais que conquistaram corações desde sua chegada: as duas majestosas onças-pintadas, que agora são protagonistas de uma história notável de superação e conservação.
Estes exemplares magníficos foram acolhidos pelo zoológico após a recomendação do programa de conservação da Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Originários de uma região afetada por queimadas no Mato Grosso, os filhotes foram resgatados órfãos, deixados desamparados em meio ao cenário das chamas.
Ao chegarem ao Zoo de Brasília, os pequenos felinos foram recebidos com cuidado e dedicação pela equipe de especialistas em fauna selvagem. Adaptar-se ao novo ambiente não foi apenas uma transição física, mas também uma oportunidade para eles reencontrarem um sentido de lar e segurança, essenciais para seu desenvolvimento.
Desde então, as duas onças-pintadas têm se tornando verdadeiras embaixadoras da conservação. Suas histórias inspiradoras destacam não apenas a resiliência da fauna selvagem, mas também a importância crucial dos esforços de preservação em face dos desafios ambientais.
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