As mortes violentas de dois indígenas, denunciadas por uma associação Yanomami na região do Alto Catrimani em 2 de janeiro, dentro da Terra Indígena Yanomami, em Roraima, teve uma grande reviravolta, segundo investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF). A entidade enviou um ofício a autoridades federais, alertando sobre um duplo homicídio, supostamente cometido por garimpeiros.
No entanto, após a apuração dos fatos, a PF conclui que os indígenas haviam brigado e acabaram se matando. Ambos estariam sob efeito de álcool no momento da confusão. Acompanhados de servidores da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), policiais federais realizaram diligências no local do crime e ouviram testemunhas, profissionais de saúde que atuam na região e a própria liderança da comunidade Konapi, da etnia de uma das vítimas.
Segundo a investigação, os indígenas, após consumo de bebidas alcoólicas, teriam entrado em desavença e iniciado trocas de ameaças de morte, quando o primeiro deles teria quebrado uma flecha e a utilizado como faca para atingir o colega, que reagiu e atirou contra ele com uma espingarda. Ambos morreram na hora.
Informação falsa
A afirmação de que teria havido um duplo homicídio, cometido supostamente por garimpeiros contra os dois indígenas, partiu da Urihi Associação Yanomami. Segundo o ofício emitido pela entidade, a diversas entidades, como a Funai, o Ministério Público Federal e a própria PF, “garimpeiros assassinaram Marcos Yanomami e Gerente Yanomami da Região do Alto Catrimani (pista kapixaba), no dia 2 de janeiro do referido ano”.
No documento, a entidade seguiu afirmando que uma suposta testemunha, que foi ouvida pela organização, relatou que os “garimpeiros fugiram, e que um corpo foi queimado, seguindo questões culturais, e que o outro segue na floresta sendo monitorado pela população”.
Vários veículos de imprensa, principalmente na região Norte do país, publicaram reportagens sobre a hipótese de garimpeiros terem matado os dois indígenas.
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